Sexologia é a área do conhecimento que estuda a sexualidade humana através de uma gama de aspetos – fisiológicos, psicológicos, emocionais, culturais e sociais.
O sexo está presente na vida de praticamente todos os seres humanos. Para algumas pessoas, esse assunto é um tabu e dificilmente é discutido, mesmo quando elas se encontram em um relacionamento. A maioria ainda é ensinada a manter sigilo sobre esse aspecto de suas vidas.
A falta de diálogo sobre sexo, no entanto, pode levar ao desconhecimento das particularidades da própria sexualidade e causar conflitos tanto pessoais quanto conjugais. É por essa mesma razão que muitos casais têm preconceito contra o sexólogo. Suas interpretações equivocadas sobre esse profissional os afastam de oportunidades de ter uma vida sexual saudável.
O que é sexologia?
Sexologia é o estudo científico da sexualidade humana. Inclui não apenas o sexo em si, mas questões relacionadas aos interesses sexuais, comportamentos, crenças, relacionamentos afetivos e inseguranças. Quando aplicada à psicologia, a sexologia auxilia o psicólogo a navegar pelo conhecimento da sexualidade humana e ajudar pacientes com problemas em relação às suas necessidades, desejos e funções sexuais.
O que é um sexólogo?
O sexólogo é o profissional da psicologia especializado em sexologia. Ele estuda e trabalha com áreas voltadas ao desenvolvimento sexual dos seres humanos, como relacionamentos, orientação sexual, desejos, compulsões, disfunções sexuais, crenças pessoais sobre sexo e o ato sexual em si.
O sexólogo ajuda casais a conversarem sobre sexo. Muitos cônjuges têm vergonha de tocar no assunto, sejam casais jovens em uma relação que mal começou ou casais casados com anos de relacionamento.
Homens e mulheres também não conversam com amigos sobre apetite sexual, sobre como chegar ao clímax ou sobre problemas no quarto. Guardam as dúvidas e impasses para si e esperam que eles desapareçam naturalmente. A questão é que esse silêncio pode acabar prejudicando o relacionamento, a vida sexual e a satisfação pessoal com o sexo com o passar do tempo.
É aí que entra o sexólogo. Na psicoterapia, nada está fora dos limites e nada é tabu. Tudo pode ser expresso, desde fantasias e fetiches até inseguranças. Afinal, se o sexo é algo assim tão comum, não deveria haver tanta vergonha e hesitação para falar sobre ele, certo?
Os sexólogos têm ciência do nervosismo e da ansiedade dos pacientes que os procuram.
Falar sobre a própria sexualidade não é fácil, especialmente quando não se está acostumado com isso. Como compartilhar coisas tão íntimas com um desconhecido?
Exatamente por ter essa compreensão que os sexólogos conseguem acolher e tranquilizar os pacientes, concedendo lhes tempo e espaço para se acostumarem a falar sobre sexo na terapia. Nesse processo, eles podem descobrir coisas que nem mesmo tinham consciência sobre a própria sexualidade.
Como ser sexóloga/o?
Psicólogos interessados em sexologia podem fazer uma especialização nesta área para atuarem como sexólogos. Cursos de pós-graduação de educação sexual e terapia sexual também habilitam o profissional a trabalhar com sexualidade humana. Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, pedagogos e assistentes sociais também estão habilitados a fazer alguma dessas formações.
O sexólogo pode realizar atendimentos individuais ou de casal na psicoterapia clínica, atender em clínicas e hospitais para tratar disfunções sexuais e trabalhar como sexólogo forense, tratando transtornos sexuais e parafilias.
Como é uma consulta com um sexólogo?
Em todos os processos terapêuticos, o objetivo do psicólogo – neste caso, o sexólogo – é descobrir qual é o problema do paciente. Sendo assim, entre desabafos e conversas francas, o sexólogo procura compreender as queixas, incômodos e desejos de melhoria dos pacientes.
A primeira consulta é composta por uma entrevista inicial, onde o profissional faz questionamentos sobre a história sexual do paciente. A infância, adolescência, casamento dos pais, relacionamentos prévios e crenças são explorados ao longo do processo para compreender como cada elemento influencia a postura do paciente em relação ao sexo.
Depois de saber como é a relação do paciente com o sexo, o sexólogo procura entender como qual o problema na relação com o parceiro. O paciente pode acreditar que a frequência das atividades sexuais não são o suficiente ou a conexão emocional é escassa, por exemplo.
A partir de então, o profissional passa “deveres de casa” a serem concluídos com o objetivo de melhorar a vida sexual e a relação do paciente com a sua sexualidade.
Na terapia online, o encontro com o sexólogo acontece por meio de videochamada e formulários online. Ele também pode compartilhar textos e links de sites com o objetivo de ajudar os pacientes a refletirem sobre os seus problemas.
O atendimento pode ser individual ou em casal. É interessante que os cônjuges façam a consulta em conjunto para que possam discutir assuntos que costumam ter vergonha de falar um com o outro. A mediação e o conforto de um profissional tornam a experiência menos embaraçosa.
A duração do acompanhamento depende da natureza dos problemas apresentados ao sexólogo. Há questões que são mais simples de resolver enquanto outras envolvem traumas e histórias de abuso, precisando de um tempo maior para serem exploradas.
Quando procurar um sexólogo?
O sexólogo auxilia indivíduos e casais de todas as idades a encontrarem a raiz de seus problemas sexuais, mas o que seriam esses problemas? São muitos os problemas que as pessoas podem ter com relação à sua sexualidade e ao sexo, segundo a sexologia.
Dependendo do tipo de queixa, um indivíduo pode se recusar a procurar um profissional por temer a exposição de sua intimidade. Todavia, a sexualidade é um componente importante de uma vida equilibrada. Questões que a envolvem não devem ser ignoradas ou reprimidas. Uma postura demasiadamente rígida pode causar problemas de autoestima, relacionamento e identidade.
Separamos alguns dos problemas que levam às pessoas ao sexólogo. Confira-os abaixo!
1. Problemas de orientação sexual
A preocupação com a sexualidade independe da orientação sexual. Eles podem afetar indivíduos heterossexuais, homossexuais, bissexuais, entre outros. Porém, impasses como disfunção sexual podem ser vividos de forma diferente em razão da orientação sexual.
Além disso, algumas pessoas reprimem a sua própria sexualidade por anos por medo e pressões sociais. Elas são ensinadas que orientações sexuais além da heterossexualidade são erradas, por isso, tentam fingir ser algo que não são para se encaixarem em uma norma.
A psicoterapia pode auxiliar tanto no entendimento da própria sexualidade quanto em questões identitárias nocivas para a saúde mental e sexual.
2. Problemas sexuais no relacionamento
Os casais muitas vezes não conseguem resolver problemas íntimos sozinhos. Mágoa, raiva, ressentimento e desapontamento instigam brigas e discussões constantes sobre a vida sexual. Um cônjuge pode acusar o outro de não ter interesse na relação, de considerar somente os seus desejos e necessidades, de não ligar para questões emocionais, entre outros.
Casais casados podem reclamar da falta de sexo e de romantismo, bem como do comodismo que tornou a vida sexual menos interessante. Já casais jovens podem temer falar em voz alta sobre suas inseguranças em relação ao sexo e com o que estão confortáveis a fazer. Assim, podem se beneficiar do aconselhamento do sexólogo ou do aconselhamento matrimonial para resolver esses problemas.
Não saber como apimentar a vida sexual, ausência de novidades, incompatibilidade entre o casal, falta de diálogo sobre desejos e vontades, dificuldade para estar totalmente à vontade com o parceiro na cama e autoestima baixa são outras preocupações que afetam o relacionamento.
3. Trauma, histórias de abandono ou abuso na infância
Nem toda pessoa que foi molestada precisa de anos de terapia para ter uma vida sexual feliz e saudável, mas às vezes o acompanhamento psicológico duradouro é necessário. O tipo de violência, a identidade do agressor e quanto tempo durou os abusos são questões que interferem na intensidade do trauma, consequentemente determinando a duração do tratamento. Deste modo, algumas pessoas podem requerer anos de terapia para se sentirem confortáveis com o sexo e a sua sexualidade.
4. Disfunções sexuais
As disfunções sexuais também podem ser exploradas com o sexólogo. Mulheres podem sofrer de condições que dificultam a obtenção de prazer ou causam dor durante o ato sexual, como vaginismo, anorgasmia e dispareunia. Já homens tendem a ter problemas com ejaculação precoce e impotência sexual, ambas questões que podem ser discutidas na terapia.
A falta de desejo sexual para homens e mulheres também é de interesse do sexólogo.
Mesmo que falar sobre esse assunto cause desconforto, é importante procurar um profissional para encontrar a causa da falta de libido.
5. Crenças que afetam a vida sexual
As pessoas recebem todo o tipo de informações sobre sexo, as quais ajudam a formar crenças a respeito da sexualidade e das relações sexuais. Algumas têm nojo de praticar determinadas atividades sexuais ou de órgãos genitais, se sentem apreensivas ao tirar a roupa na frente de um parceiro apesar de gostarem dele, acreditam que o sexo é sujo ou não se gostam o suficiente para se aventurarem no sexo, embora tenham curiosidade.
Geralmente essas crenças são formadas a partir do desconhecimento e de experiências desagradáveis. Quando interferem na vida sexual, podem ser devidamente investigadas e tratadas na psicoterapia.
A Vittude é uma plataforma de terapia online onde pacientes podem encontrar sexólogos para ajudá-los a solucionar questões sexuais. Além disso, disponibilizamos um e-book sobre sexualidade humana com base na sexologia para esclarecer dúvidas comuns e quebrar tabus que tornam as pessoas infelizes.
Que tal começar seu acompanhamento psicológico? Agende uma sessão na Vittude ainda essa semana!
Fonte: https://www.vittude.com/blog/sexologia-o-que-e-o-que-faz-sexologo/